sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O que realmente importa em um time de futebol

O jogo estava perdido. Só os mais fanáticos gremistas sabem o quanto era envolvente o trio terminal do Boca Juniors, formado por Riquelme, Palácios e Martin Palermo. Aos 12 minutos do segundo tempo, entretanto, quando a vitória argentina já era inevitável, a Bombonera conheceu a ira de Sandro Goiano. O lateral Ibarra ciscou duas vezes com a bola quicando em frente ao volante do Grêmio, que não teve dúvidas: desferiu uma voadora no queixo do castelhano. Nocaute.

O lance não evitou a derrota do Grêmio naquela final de Libertadores, mas lavou a alma dos torcedores. No futebol, como em quase tudo na vida, a capacidade de indignação e a força de vontade são muito mais importantes do que a qualidade técnica. E foi justamente uma sensação de que “não vai dar pra buscar” que ocasionou a derrota do time sem coletes, terça-feira passada, na Libanesa.

Separados na maternidade: Guilherme e o ator André Gonçalves
Um meio-campo formado por Xuxa, Guilherme e Leandro deveria ter capacidade de criação, com avanços pelos dois lados e pelo meio. E um ataque com o Pedra e o Zanatta, faro de gols. Mas o jogo transcorreu por 60 longos minutos, e o time sem colete passou os 60 minutos achando que não daria pra chegar. E não deu.

O problema se agravou quando o Pedra quebrou o pé ao meio. O peito do pé do Pedra é preto. O time sem colete permitiu a condução de bola a passos firmes de Telmo, a decisão e o acabamento de Mateus, as chegadas de Gian e Anderson. E não conseguiu quase nunca furar a defesa capitaneada por Léo e muito bem vigiada pelo atento Gustavo – que foi uma espécie de Guido sem falar chiado. Aliás, se chiar resolvesse, Sonrisal não morria afogado.

Dimitri tentou se virar, Xuxa pediu o fim do jogo e Zanatta não conseguiu sair da marcação. É bem verdade que a sorte e a trave muitas vezes não ajudaram o time de colete – que parecia estar com a cabeça distante, talvez com saudades de Bruno, Bonamigo e companhia (por favor voltem, e façam Leandro, Pedra e Zanatta voltarem a sorrir).

Telmo conduziu time de colete
Léo não desiste do seu penteado, Bruno não desiste do seu helicóptero de brinquedo, Xuxa não desiste de sua cueca de oncinha. A vida invariavelmente premia os guerreiros e os resistentes. Sandro Goiano, um indignado por natureza, ganhou faixa no Olímpico e é saudado até hoje pelos gremistas.

No futebol, assim como na vida, a vontade de vencer é muito mais importante que a qualidade técnica.


Ficha técnica:
Com coletes (13): Gustavo, Leo, Anderson, Gian, Telmo, Chicco e Mateus.
Sem coletes (5): Brito, Dimitri, Xuxa, Guilherme, Leandro, Zanatta e Pedra.

Ranking atualizado na seção “Ranking”.

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