Jogo
484
Todos
contra o Trio Ternura
Parecia
um jogo morno: faltavam dois atletas, um para cada lado, devido às lesões de
última hora de Xuxa (gravidez psicológica), Mateus (TPM) e Telmo (depressão
galopante pós-derrota). Mas qual o quê. A partida foi dura, sofrida e, antes de
tudo, emocionante. Teve todos os ingredientes para um grande jogo – a liderança
ameaçada de Bonamigo no Ranking, dribles, gols, reversão de placares, ataques,
pressões, faltas duras e até ladroagem.
Sim,
o time Com Colete enfrentou um 12º jogador (ou melhor, um 7º), já que Bruno
Dias, escalado como comentarista oficial da partida, passou o jogo adiantando o
relógio marca-placar da Vivar em uma hora (ou seja, alterando o placar em favor
do Sem Colete).
Gustavo procurou sua foto no jornal. Encontrou a de Mário Fernandes |
Mas
não adiantou, porque a torcida estava atenta e protestou efusivamente. Quando
se juntam Bonamigo, Leandro e Bruno, é perigo à vista: o Trio Ternura ataca o
adversário por todos os lados em busca da vitória, seja no campo de jogo ou no
tapetão. Em campo, o que se viu foi o placar mais justo que aquela noite
merecia: um empate repleto de gols, com glória redentora para Guido que,
criticado, lançou-se ao ataque e marcou o gol de igualdade para os
descamisados. Este é o futebol, um espetáculo de ginga, malemolência e habilidade,
mas também de aplicação, força e volta por cima. Guido, o Armandinho-com-Chiado,
é sem dúvidas o destaque da semana.
O
caçador de jacarés – Foi
revelado nesta terça-feira o segredo de Fabiano. “Ceará”, como é conhecido, é
realmente um sujeito destemido. Contou o Ceará, nesta terça após o jogo, que
certa feita foi convidado a caçar capivaras no sítio de um amigo, em distantes
campos do interior do Estado. E aceitou. Lá se foram Fabiano e sua escopeta de
cano curto, desbravar misteriosos matagais, atirar em porcos-da-índia indefesos
e molhar as canelas em riachos obscuros.
![]() |
Fabiano e sua luta corporal: balanço positivo |
Pois
estava o Ceará a carregar uma capivara recém-finada em suas costas, ele jura
que o bicho tinha mais de 20 quilos. Rastejava, Fabiano, com aquela ratazana
que agora jazia dependurada em seu pescoço; fazia frio e era noite. Foi quando
seu amigo, o dono do sítio e acostumado descobridor do local, avisou: “Fabiano,
está vendo aquelas duas luzes vermelhas ali adiante?”. Fabiano suspirou: “O que
é que tem?”, perguntou. “É um jacaré”, disse o amigo. Foi quando as bolinhas
vermelhas submergiram na água enlameada e sumiram. O jacaré mergulhara na
direção dos dois. Naquele instante o mundo parou: Fabiano, assustado, olhou
para o porco que grunhia em suas costas, e foi aí mesmo que pareceu jorrar mais
sangue de suas vísceras.
O
jacaré estava escondido, e Fabiano, assustado. Petrificado, nem se mexia. “Não
adianta correr”, completou o amigo. Foi quando duas luzes amarelas fortíssimas
cegaram Fabiano, que rezou dois Pais-Nossos e se ajoelhou pedindo clemência a
Deus e a remissão de seus pecados. Misericórdia, estava chegando a sua hora,
pensou. Fabiano esperou, trêmulo e chorando, a bocada do jacaré que lhe
cortaria ao meio as tripas, mas em vez disso sentiu um abraço e um solavanco.
Um afago forte por trás que tirou-lhe daquele riacho. Era um outro amigo que,
percebendo seu pavor, mostrou-lhe o caminho de saída. O salvador. O Messias.
Fabiano estava são e salvo e, mais do que isso, apaixonado. Perdeu aquela carne
nobre de capivara, agora afundada no riacho e certamente cardápio do jantar de
um grande jacaré. Mas ganhou de volta sua vida e, acima de tudo, uma história
de afeto e carinho pra contar. Dá-lhe Ceará!
Ficha técnica:
Com
colete (14): Lucas, Otávio, Leozinho, Fabiano, Chicco e Guilherme.
Sem
colete (14): Thiago, Gian, Guido, Gustavo, Leandro e Bonamigo.
* Ranking atualizado
* Nota: há que se registrar a parceria
do Brunão, que mesmo machucado compareceu para zoar com a galera!
Nenhum comentário:
Postar um comentário